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quinta-feira, 27 de novembro de 2014
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Não há crise para quem comenta.
Eis o que recebi por E-mail.
«O
império dos
comentadores
onde quem
manda são os
políticos»
é o título de
artigo de hoje
no Público,
que contém
alguns números
estonteantes.
Para
começar, este:
«Se aos quatro
canais
generalistas
se juntarem os
canais de
informação
portugueses no
cabo (RTP
Informação,
SIC Notícias e
TVI24), é
possível
assistir a 69
horas de
comentário
político por
semana. O
equivalente a
quase três
dias completos
em frente à
televisão.»
Que ninguém se
queixe de
falta de
interesse das
televisões
pela política:
mais do que
isto só
futebol!
Dos
97
comentadores
com presença
semanal na
televisão, 60
são actuais ou
ex-políticos.
Sem espanto,
em termos de
número de
comentadores,
o primeiro
lugar do pódio
é ocupado pelo
PSD, seguido
pelo PS e pelo
CDS. E embora
o PCP tenha
mais deputados
na Assembleia
da República
do que o
Bloco, este
está
quantitativamente
melhor
representado.
Mas
os números de
facto
impressionantes,
se
verdadeiros,
são alguns
(poucos) que
são divulgados
quanto à
maquia que
estes senhores
levam para
casa. E se não
me suscita
qualquer
aplauso o
facto de José
Sócrates ter
querido falar
pro bono
na RTP, considero
um verdadeiro
escândalo que
Marcelo Rebelo
de Sousa ganhe
10.000
euros/mês
(mais do que
20 salários
mínimos por
pouco mais de
meia hora por
semana a dizer
umas lérias),
Manuela
Ferreira Leite
metade disso e
que Marques
Mendes tenha
preferido
passar para a
SIC por esta
estação ter
subido a
parada da TVI,
que só lhe
propunha 7.000.
Claro que
estamos a
falar de
estações
privadas, em
guerras de
concorrência.
Mas algo de
muito estranho
e
esquizofrénico
se passa num
país quando o
valor de
mercado destes
senhores é
deste calibre.
Estaremos em
crise, mas
comentá-la
compensa e
recompensa, e
de que
maneira!
AINDA
HÁ MAIS
Os
programas
desportivos (Trio de
Ataque, O Dia
Seguinte,
Prolongamento,
Contragolpe,
etc.) têm
comentadores
que defendem
interesses
instalados e não
fazem análises
honestas e
isentas.
A
maioria dos
comentadores
estrategicamente
colocados são
medíocres,
intelectualmente
desonestos e
incompetentes.
Pasme-se!
Auferem uma
média de 1250
euros por
programa de
uma hora, ou
seja, 5000
euros por mês.
REENCAMINHA
PARA OS TEUS
AMIGOS.
NÃO
QUEREMOS
COMENTADORES
COM
FALTA DE ÉTICA
E RESPEITO
PELA VERDADE.
PAGAMOS
ÀS OPERADORAS
(MEO, ZON E
CABOVISÃO),
EXIGIMOS
PROGRAMAS MAIS
CREDÍVEIS.
SUGESTÃO
MUDAR
DE CANAL
QUAL QUÊ !!!!!
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Perfeitamente normal.
Isto
é tudo gente boa, bem formada, correctos, educados, verdadeiros, etc.,
etc..
Política
EXCLUSIVO: Marido da Ministra das Finanças ameaça jornalista
12-11-2014
EXCLUSIVO: Marido da Ministra das Finanças ameaça jornalista
12-11-2014
António Albuquerque insultou e ameaçou um jornalista do 'Diário Económico'. A queixa está no DIAP
Por Vítor Matos
“Tu não sabes quem eu sou. Metes a minha mulher ao barulho e podes ter a certeza que vais parar ao hospital.” O SMS foi enviado às 13h08 do dia 23 de Setembro, para o telemóvel de Filipe Alves, jornalista do 'Diário Económico' (DE). O emissor era António Albuquerque, marido da ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, também jornalista e ex-editor executivo daquele jornal. “Acabou, vou apresentar queixa contra ti na PSP”, respondeu Filipe Alves depois de uma troca de mensagens violenta, acrescentando que se lhe acontecesse alguma coisa, ser-lhe-iam pedidas explicações. Dois minutos mais tarde, Albuquerque reforçou o que tinha dito, sempre através de mensagens móveis: “Agora fiquei preocupado… estás avisado se metes a minha mulher ao barulho nesta história… vais parar a um hospital.” Ainda havia de escrever: “Tira a minha mulher da equação ou vou-te aos cornos.” Esta semana, na terça-feira, dia 11, depois de se esgotar um período dado a Albuquerque para pedir desculpa, deu entrada no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), uma queixa por injúrias e ameaças contra o marido da ministra.
António Albuquerque assume à SÁBADO que escreveu os SMS, justificando ter uma questão pessoal com o antigo colega e com o director do jornal, António Costa: “Desculpas nunca pedirei!”, diz. “Não peço desculpa a supostos jornalistas, que não o são, e que se movem para defender interesses económicos”. A SÁBADO pediu uma reacção ao gabinete da ministra, mas não obteve resposta até ao fecho da edição. “O assunto agora está nas mão da Justiça, por isso não vou comentar”, afirmou à SÁBADO Filipe Alves, o jornalista que apresentou a queixa.
“Uns cabrões fdp”
A troca de mensagens tinha começado no dia anterior, a 22 de Setembro, uma segunda-feira, em que Filipe Alves escreveu um artigo de opinião com o título ‘O que acontece se o Novo Banco for vendido com prejuízo?’ Argumentava que seriam os contribuintes a pagar o resgate do BES, uma possibilidade que a própria ministra viria mais tarde a colocar. António Albuquerque enviou uma primeira mensagem a atacar o autor do artigo, mas Filipe Alves não identificou o número, respondendo com mensagens irónicas e os primeiros insultos. No dia seguinte, ao perceber que aquele era o novo telefone do marido da mulher mais poderosa do País, comunicou-lhe por SMS que daria conhecimento à direcção do jornal. Foi o que originou a escalada de tom.
“Estou cheio de medo. Reafirmo, tu e o teu director são uns cabrões fdp”, respondeu António Albuquerque. “Posso citar em on?”, replicou Filipe Alves, provocando mais insultos de Albuquerque: “Vai para o cara... cabrão” e “já te disse vai para o cara... seu merdas”. O jornalista ainda invocou que sempre deu “a opinião de forma honesta e sem querer prejudicar A, B ou C.” Albuquerque insistiu: “A tua memória é muito fraca… queres que te envie um dossier com as tuas notícias a começar pela Perella. Sim tu tens um dossier”.
“Respeito todos os jornalistas do DE, mas não estes dois”, diz Albuquerque. Vários elementos da redacção do DE, porém, dizem à SÁBADO que, quando estava no jornal, tirava satisfações junto dos colegas em relação às notícias sobre Maria Luís, nem sempre com os melhores modos. Os problemas remontam a 2011. Quando chegou a secretária de Estado do Tesouro, antes de ser ministra, António Albuquerque foi despromovido de editor-executivo – onde tinha acesso a tudo o que o jornal estava a investigar – para editor dos projectos especiais. Mas, segundo Albuquerque, mantinha a obrigação de “transmitir notícias”.
Havia de negociar uma indemnização e sair do jornal para a EDP, em Abril de 2013, de onde viria a despedir-se quando a notícia da sua contratação foi pública. Hoje é correspondente da Soico, o maior grupo de comunicação social moçambicano.
Por Vítor Matos
“Tu não sabes quem eu sou. Metes a minha mulher ao barulho e podes ter a certeza que vais parar ao hospital.” O SMS foi enviado às 13h08 do dia 23 de Setembro, para o telemóvel de Filipe Alves, jornalista do 'Diário Económico' (DE). O emissor era António Albuquerque, marido da ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, também jornalista e ex-editor executivo daquele jornal. “Acabou, vou apresentar queixa contra ti na PSP”, respondeu Filipe Alves depois de uma troca de mensagens violenta, acrescentando que se lhe acontecesse alguma coisa, ser-lhe-iam pedidas explicações. Dois minutos mais tarde, Albuquerque reforçou o que tinha dito, sempre através de mensagens móveis: “Agora fiquei preocupado… estás avisado se metes a minha mulher ao barulho nesta história… vais parar a um hospital.” Ainda havia de escrever: “Tira a minha mulher da equação ou vou-te aos cornos.” Esta semana, na terça-feira, dia 11, depois de se esgotar um período dado a Albuquerque para pedir desculpa, deu entrada no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), uma queixa por injúrias e ameaças contra o marido da ministra.
António Albuquerque assume à SÁBADO que escreveu os SMS, justificando ter uma questão pessoal com o antigo colega e com o director do jornal, António Costa: “Desculpas nunca pedirei!”, diz. “Não peço desculpa a supostos jornalistas, que não o são, e que se movem para defender interesses económicos”. A SÁBADO pediu uma reacção ao gabinete da ministra, mas não obteve resposta até ao fecho da edição. “O assunto agora está nas mão da Justiça, por isso não vou comentar”, afirmou à SÁBADO Filipe Alves, o jornalista que apresentou a queixa.
“Uns cabrões fdp”
A troca de mensagens tinha começado no dia anterior, a 22 de Setembro, uma segunda-feira, em que Filipe Alves escreveu um artigo de opinião com o título ‘O que acontece se o Novo Banco for vendido com prejuízo?’ Argumentava que seriam os contribuintes a pagar o resgate do BES, uma possibilidade que a própria ministra viria mais tarde a colocar. António Albuquerque enviou uma primeira mensagem a atacar o autor do artigo, mas Filipe Alves não identificou o número, respondendo com mensagens irónicas e os primeiros insultos. No dia seguinte, ao perceber que aquele era o novo telefone do marido da mulher mais poderosa do País, comunicou-lhe por SMS que daria conhecimento à direcção do jornal. Foi o que originou a escalada de tom.
“Estou cheio de medo. Reafirmo, tu e o teu director são uns cabrões fdp”, respondeu António Albuquerque. “Posso citar em on?”, replicou Filipe Alves, provocando mais insultos de Albuquerque: “Vai para o cara... cabrão” e “já te disse vai para o cara... seu merdas”. O jornalista ainda invocou que sempre deu “a opinião de forma honesta e sem querer prejudicar A, B ou C.” Albuquerque insistiu: “A tua memória é muito fraca… queres que te envie um dossier com as tuas notícias a começar pela Perella. Sim tu tens um dossier”.
“Respeito todos os jornalistas do DE, mas não estes dois”, diz Albuquerque. Vários elementos da redacção do DE, porém, dizem à SÁBADO que, quando estava no jornal, tirava satisfações junto dos colegas em relação às notícias sobre Maria Luís, nem sempre com os melhores modos. Os problemas remontam a 2011. Quando chegou a secretária de Estado do Tesouro, antes de ser ministra, António Albuquerque foi despromovido de editor-executivo – onde tinha acesso a tudo o que o jornal estava a investigar – para editor dos projectos especiais. Mas, segundo Albuquerque, mantinha a obrigação de “transmitir notícias”.
Havia de negociar uma indemnização e sair do jornal para a EDP, em Abril de 2013, de onde viria a despedir-se quando a notícia da sua contratação foi pública. Hoje é correspondente da Soico, o maior grupo de comunicação social moçambicano.
Artigo publicado na edição nº 550, de 13 de Novembro de 2014.
POR
ESTA AMOSTRA, PODEMOS AVALIAR O CALIBRE DESTA SEITA QUE POR VONTADE DE
ALGUNS NOS DOMINA E INFELIZMENTE, VAI-SE CONSTATANDO SER BEM PIOR DO QUE
O REGIME ANTERIOR .
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Os D.D.T. ( Donos Disto Tudo )
" Deviam estar todos presos
Até
agora considerava-se que, entre todos os bancos portugueses que tiveram
problemas, só o BPN era verdadeiramente um caso de polícia. Mas à
medida que se conhecem mais pormenores sobre o
que se passou nos últimos meses no BES cada vez temos mais a certeza
que estamos perante um segundo caso de polícia. Daí a pergunta: porque é
que não estão todos presos?
Se
não, vejamos. Depois de ter sido proibido pelo Banco de Portugal de
continuar a conceder novos créditos ao Grupo Espírito Santo a partir de
Janeiro deste ano, o BES continuou a fazê-lo
- e, segundo as indicações, fê-lo no montante de 1,2 mil milhões de
euros. E das duas uma: ou fê-lo com conhecimento de toda a
administração, que sabia da proibição do Banco de Portugal; ou fê-lo por
decisão de apenas duas pessoas - Ricardo Salgado e Amílcar
Morais Pires.
No
primeiro caso, todos deviam estar já presos; no segundo, os dois deviam
estar detidos. Para além de desobedecerem ao banco central, lesaram
gravemente o património do banco, sabendo conscientemente
que o estavam a fazer.
Quanto
aos outros membros do conselho de administração, se não foram
coniventes, foram pelo menos incompetentes. Tinham responsabilidades em
várias áreas de controlo da atividade do banco
e ou não deram por nada ou, se deram, não fizeram nada. Por isso, fez
muito bem o Banco de Portugal em afastar Joaquim Goes, António Souto e
Rui Silveira.
Mas
e a Tranquilidade? A Tranquilidade que também continuou a investir em
empresas do GES este ano sabendo do estado em que se encontravam? O
presidente executivo Pedro Brito e Cunha, que
é primo de Ricardo Salgado, tomou essas decisões com base em quê? Na
relação familiar, como é óbvio. Devia estar detido igualmente.
Lesou
gravemente e de forma consciente o património da seguradora. E Rui Leão
Martinho, o presidente não executivo da Tranquilidade e ex-presidente
do Instituto de Seguros de Portugal, não
sabia de nada?
De
novo, das duas uma: ou é incompetente ou foi conivente. Em qualquer
caso, já se devia ter demitido ou ter sido demitido. Mas a verdade é que
o Instituto de Seguros de Portugal parece estar
perdido em combate. O presidente José Almaça não tem nada para dizer?
Não tem nada para fazer?
Já
agora, António Souto, que o BdP suspendeu da administração do BES é
membro do conselho de administração da Tranquilidade. Vai continuar
neste cargo? E Rui Silveira, igualmente afastado
da administração do BES, é do conselho fiscal da Tranquilidade. Também
se vai manter na seguradora?
Por
tudo isto se vê o polvo em que se tornou o GES, tendo no seu centro o
BES. Nem todos têm as mesmas responsabilidades. Mas há vários dos seus
dirigentes que já deviam estar detidos e sem
direito a caução pelos danos que estão a causar a muitos dos que neles
País confiaram e ao próprio
País.
Então, a pergunta é:
- Porque é que não estão todos presos?
E a resposta, óbvia, só pode ser:
- Porque eles são, de facto, os donos disto tudo.
Das leis, da Justiça, dos governos, do parlamento. E, por consequência,
de todos nós.
Não
ouviram, na passada terça-feira, na Assembleia da República, a
propósito destruição da PT devido ao caso BES – e às opções dos seus
gurus – Pedro Passos Coelho dizer que
não é nada com ele? Mesmo que o país perca milhões com isso,
nacionalizar está fora de questão? Só se podem nacionalizar os
prejuízos, não é verdade?!
E
tu deixas…? "quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Sem " papas " na língua.
BISCATES
por Carlos de Matos Gomes
Para que servem as primeiras páginas dos jornais e os grandes casos dos noticiários das TV? Se pensarmos no que as primeiras páginas e as aberturas dos telejornais nos disseram enquanto decorriam as traficâncias que iriam dar origem aos casos do BPN, do BPP, dos submarinos, das PPP, dos SWAPs, da dívida, e agora do Espírito Santo, é fácil concluir que servem para nos tourear. Desde 2008 que as primeiras páginas dos Correios das Manhas, os telejornais das Moura Guedes, os comentários dos Medinas Carreiras, dos Gomes Ferreiras, dos Camilos Lourenços, dos assessores do Presidente da República, dos assessores e boys dos gabinetes dos ministros, dos jornalistas de investigação, nos andam a falar de tudo e mais alguma coisa, excepto das grandes vigarices, aquelas que, de facto, colocam em causa o governo das nossas vidas, da nossa sociedade, os nossos empregos, os nossos salários, as nossas pensões, o futuro dos nossos filhos, dos nossos netos. Que me lembre falaram do caso Freeport, do caso do exame de inglês de Sócrates, da casa da mãe do Sócrates, do tio do Sócrates, do primo do Sócrates que foi treinar artes marciais para a China, enfim que o Sócrates se estava a abotoar com umas massas que davam para passar um ano em Paris, mas nem uma página sobre os Espirito Santo! É claro que é importante saber se um primeiro ministro é merecedor de confiança, mas também é, julgo, importante saber se os Donos Disto Tudo o são. E, quanto a estes, nem uma palavra. O máximo que sei é que alguns passam férias na Comporta a brincar aos pobrezinhos. Eu, que sei tudo do Freeport, não sei nada da Rioforte! E esta minha informação, num caso, e falta dela, noutro, não pode ser fruto do acaso. Os directores de informação são responsáveis pela decisão de saber uma e desconhecer outra. Os jornais, os jornalistas, andaram a tourear o público que compra jornais e que vê telejornais. Em vez de directores de informação e jornalistas, temos novilheiros, bandarilheiros, apoderados, moços de estoques, em vez de notícias temos chicuelinas. Não tenho nenhuma confiança no espírito de auto critica dos jornalistas que dirigem e condicionam o meu acesso à informação: todos eles aparecerão com uma cara à José Alberto de Carvalho, à Rodrigues dos Santos, à Guedes de Carvalho, à Judite de Sousa (entre tantos outros) a dar as mesmas notícias sobre os gravíssimos casos da sucata, dos apelos ao consenso do venerando chefe de Estado, do desempenho das exportações, dos engarrafamentos do IC 19, das notas a matemática, do roubo das máquinas multibanco, da vinda de um rebenta canelas uzebeque para o ataque do Paiolense de Cima, dos enjoos de uma apresentadeira de TV, das tiradas filosóficas da Teresa Guilherme. Todos continuarão a acenar-me com um pano diante dos olhos para eu não ver o que se passa onde se decide tudo o que me diz respeito. Tenho a máxima confiança no profissionalismo dos directores de informação, que eles continuarão a fazer o que melhor sabem: tourear-nos. Abanar-nos diante dos olhos uma falsa ameaça para nos fazerem investir contra ela enquanto alguém nos espeta umas farpas no cachaço e os empresários arrecadam o dinheiro do respeitável público. Não temos comunicação social: temos quadrilhas de toureiros, uns a pé, outros a cavalo. Uma primeira página de um jornal é, hoje em dia e após o silêncio sobre os Espirito Santo, um passe de peito. Uma segunda página será uma sorte de bandarilhas. Um editor é um embolador, um tipo que enfia umas peúgas de couro nos cornos do touro para a marrada não doer. Um director de informação é um “inteligente” que dirige uma corrida. Quando uma estação de televisão convida um Camilo Lourenço, um Proença de Carvalho, um Gomes Ferreira, um João Duque, um Judice, um Marcelo, um Miguel Sousa Tavares, um Angelo Correia, devia anunciá-los como um grupo de forcados: Os Amadores do Espirito Santo, por exemplo. Eles pegam-nos sempre e imobilizam-nos. Caem-nos literalmente em cima. As primeiras páginas do Correio da Manhã podiam começar por uma introdução diária: Para não falarmos de toiros mansos, os nossos queridos espectadores, nem de toureios manhosos, os nossos queridos comentadores, temos as habituais notícias de José Sócrates, do memorando da troika, da imperiosa necessidade de pagar as nossas dividas. Todos os programas de comentário político nas TV deviam começar com a música de um passo doble. Ou com a premonitória “Tourada” do Ary dos Santos, cantada pelo Fernando Tordo. O silêncio que os “negócios “ da família "Dona Disto Tudo" mereceu da comunicação social, tão exigente noutros casos, é um atestado de cumplicidade: uns, os jornalistas venderam-se, outros queriam ser como os Espirito Santo. Em qualquer caso, as redacções dos jornais e das TV estão cheias de Espiritos Santos. Em termos tauromáticos, na melhor das hipóteses não temos jornalistas, mas moços de estoques. Na pior, temos as redacções cheias de vacas a que se chamam na gíria as “chocas”. O que o silêncio cúmplice, deliberadamente cúmplice, feito sobre o caso Espirito Santo, o que a técnica do desvio de atenções, já usada por Goebels, o ministro da propaganda de Hitler, revelam é que temos uma comunicação social avacalhada, que não merece nenhuma confiança. Quando um jornal, uma TV deu uma notícia na primeira página sobre Sócrates( e falo dele porque a comunicação social montou sobre ele um operação de barragem pelo fogo, que na altura justificou com o direito a sabermos o que se passava com quem nos governava e se esqueceu de nos informar sobre quem se governava) ficamos agora a saber que esteve a fazer como o toureiro, a abanar-nos um trapo diante dos olhos para nos enganar com ele e a esconder as suas verdadeiras intenções: dar-nos uma estocada fatal! Porque será que comentadores e seus patrões, tão lestos a opinar sobre pensões de reforma, TSU, competitividade, despedimentos, aumentos de impostos, gente tão distinta como Miguel Júdice, Proença de Carvalho, Angelo Correia, Soares dos Santos, Ulrich, Maria João Avilez e esposo Vanzeller, não aparecem agora a dar a cara pelos amigos Espirito Santo? Porque será que os jornais e as televisões não os chamam, agora que acabou o campeonato da bola? Um grande Olé aos que estão agachados nas trincheiras, atrás dos burladeros! Carlos de Matos Gomes Nascido em 24/07/1946, em V. N. da Barquinha. Coronel do Exército (reforma). Cumpriu três comissões na guerra colonial em Angola, Moçambique e Guiné, nas tropas especiais «comandos». |
Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer.
Molière.
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