Sempre que há um bom número, falam 10 ministros e secretários de Estado,
com as câmaras de televisão atreladas. Agora fala também o Presidente.
Mais o primeiro-ministro, a ministra das Finanças, o ministro da
Economia, o homem dos chapéus todos, Paulo Portas, e, por fim ou ao
princípio, Marco António e Marques Mendes. Falam pelo menos em três
ocasiões diferentes da mesma coisa. Como não podia deixar de ser, cada
bom número é um gigantesco sucesso, mesmo que não se repita no mês
seguinte.
Quando há números assim-assim arranja-se uma comparação estatística que
os torne bons números. Fazem-se as comparações convenientes e
esquecem-se as mais rigorosas. Compara-se muitas vezes o incomparável.
As séries mudam, umas vezes para começar em 2008, outras em 2011, outras
na década anterior. Falam os ministros mais habilidosos no exercício, a
começar por Paulo Portas, que até um mau número torna num bom número.
Quando há números maus, ninguém fala, só a oposição e de preferência no
contexto parlamentar, para a tornar ainda mais politiqueira. O ministro
Mota Soares nunca fala.
A isto chama-se propaganda, mas a palavra agora não se usa. Chama-se "comunicação".
Da
.
E...A propósito direi eu, Bino, que tal um poeminha do grande Bocage !
Também a propósito...A foto que ilustra esta pérola recolhi-a na blogosfera.
A puta é filha da vida
A vida é filha da puta
Nunca vi tanto filho
da puta na puta da minha vida*
Bocage.